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Bitcoin cai abaixo de US$ 100 mil com liquidações acima de US$ 500 mi

O preço do Bitcoin passou por mais uma oscilação e caiu abaixo de US$ 100.000 pela terceira vez neste mês. Esse movimento acontece em um cenário onde muitos investidores decidiram vender ativos de risco, incluindo criptomoedas e ações de tecnologia. As preocupações com a economia global têm deixado os mercados em uma tensão crescente.

Recentemente, o Bitcoin estava sendo cotado a US$ 98.255, com uma queda de mais de 3% nas últimas 24 horas. Vale lembrar que essa não é a primeira vez que a moeda digital ultrapassa e depois volta a ficar abaixo da marca simbólica de US$ 100.000. A primeira vez foi em 4 de novembro, a segunda em 7 de novembro, após uma breve recuperação.

No mês passado, o Bitcoin tinha alcançado um novo recorde de US$ 126.080. Porém, notícias que gerarão incertezas sobre os dados de emprego e uma possível desaceleração econômica levantaram preocupações que pesaram nas decisões dos investidores.

A estratégia de pesquisa da Pepperstone, Dilin Wu, mencionou que, embora o Bitcoin tenha potencial para retornar a novas máximas no médio prazo, a volatilidade deve ser esperada a curto prazo. Ela observou que a participação das instituições e o movimento das “baleias”, ou grandes investidores, estão diminuindo. As saídas de ETFs (fundos negociados em bolsa) continuam, o que mostra que, no momento, não há forças suficientes para garantir uma alta sustentável.

Na última quinzena, muitos investidores retiraram dinheiro dos ETFs de Bitcoin nos EUA, levando a quedas consideráveis nos preços. Isso afetou também outras criptomoedas. O Ethereum, por exemplo, registrou uma queda de 6,9%, sendo negociado perto de US$ 3.176. Já o Solana teve uma desvalorização de 7,2%, com seu preço em torno de US$ 142. O XRP, outra moeda importante, caiu 1,3%, sendo cotado a US$ 2,31.

As liquidações diárias de posições em cripto estão elevadas, totalizando US$ 501 milhões, com o Bitcoin respondendo por cerca de US$ 165 milhões desse total. A maior parte das liquidações veio de posições “long”, que são apostas de que o preço de um ativo subiria.

Apesar das quedas, alguns especialistas seguem otimistas. Joe DiPasquale, CEO da gestora de fundos cripto BitBull, acredita que o Bitcoin ainda está dentro de uma tendência de alta. Ele mencionou que cada recuo tem gerado mínimas mais altas, com compradores defendendo rapidamente os suportes.

A queda do Bitcoin, que se acentuou na quinta-feira, coincide com a reabertura do governo dos Estados Unidos, após um período de paralisação. O presidente e o governo têm passado por tensões políticas, que também influenciam os mercados. As chances de um corte de juros, que geralmente animam o mercado de ativos digitais aumentando a liquidez, caíram de 85% para 66,9% na última semana.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, tem adotado uma postura mais cautelosa em relação à política monetária. Ele afirmou que um corte de juros “não é uma conclusão inevitável”, especialmente diante de dados que apontam para uma possível desaceleração da economia. Dados mais recentes mostram que empresas norte-americanas cortaram mais de 11.000 empregos por semana até o final de outubro.

Esses desafios refletem um cenário complexo para os investidores de criptomoedas e exigem atenção constante às mudanças do mercado.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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